Por Rafael Zanatta, Head do Vibee.

O tema “Transformação Digital” entrou na agenda da maior parte dos gestores mesmo que eles não estivessem dispostos a encará-lo. No entanto, a missão torna-se menos dolorosa pra quem compreende a importância que ele tem para o futuro dos seus negócios e se dispõe a entender o que ele significa na prática. 

Obviamente o fato de compreender a sua importância não diminui o tamanho do desafio. Na prática, ela exige entender que a forma de fazer negócios mudou, e que agora é preciso centralizar todas as energias para saber o que o cliente está pensando e sentindo, para só daí decidir o que será produzido.  

Ou seja, esqueça aquela sala secreta escrita “Pesquisa e Desenvolvimento” de onde saíam as novas balas de prata que arrasariam no mercado. A lógica agora é estar constantemente na rua, entendendo a jornada de compra junto com o cliente e avaliando de que forma podemos fazer parte dela. 

Por conta disso precisamos rever também a forma como construímos nossas estratégias. Ou seja, se antes podíamos nos dar o luxo de criar “planos incríveis e duradouros”, agora nossa estratégia deve pressupor que a mudança fará parte do caminho, e por conta disso precisamos estar prontos para nos adaptar a novas realidades que mudam o tempo inteiro. 

E os times? Como ficam diante dessas mudanças? 

Ahh os times… as organizações são formadas por pessoas e não existe alguém que foi mais impactado nesse processo todo que os colaboradores. No entanto, como esperar que essa mudança aconteça se nossas equipes estão equipadas com garfos num dia que o prato é sopa? (piadinha sem graça né!? 🙂) 

A maior descoberta pra quem encara um processo de Transformação Digital é que o segredo para o sucesso (ou fracasso) desse tipo de iniciativa mora nas pessoas que fazem parte da organização. Porque são elas que, estando preparadas, entendem os desafios e endereçam soluções viáveis, aplicáveis e focadas no desafio do agora.  

Criou-se a ideia de que Transformação Digital é sair automatizando todos os processos a qualquer custo e esse é o ponto mais distorcido nessa história toda. 

A tecnologia obviamente está implícita nesse processo, mas as pessoas acreditam que ela é o resultado final, quando na verdade ela é apenas o meio para fazer o que falamos lá no início: atender e encantar cada vez mais nossos clientes de modo que possamos continuar relevantes (e vivos) no mercado. 

Os clientes passaram a ser os protagonistas dentro da jornada inteira do negócio. De nada adianta você ter a melhor e mais eficiente linha de produção se o produto que sai dela não está de acordo com as necessidades das pessoas. Hoje, ficou fácil “cancelar” uma empresa que não atende às necessidades que eu, como consumidor, considero relevantes. E aqui entram questões dos mais variados tipos, desde o produto em si até o posicionamento que a organização toma em relação a questões ambientais, sociais, etc. 

Por isso é mais rápido e mais assertivo perguntar para o consumidor a cada etapa de desenvolvimento se aquilo resolve uma dor que ele está sentindo. Entender em que momento de vida ele vai consumir o seu produto/serviço faz toda a diferença. 

E esse é o grande objetivo de uma jornada que inicia com o nome de Transformação Digital e que evolui para a transformação da organização como um todo. Utilizar novas tecnologias para planejar e executar as coisas tem o único e exclusivo propósito de manter a relevância da organização aos olhos do consumidor. Elas trazem a agilidade que precisamos para lidar com esse ambiente ambíguo, complexo e em constante mudança. 

Por conta disso precisamos colocar esse trem em movimento e saber utilizar bem o tempo a nossa favor, desenvolvendo nossos times e parceiros para essa nova realidade que invariavelmente vai chegar. Encarar essa jornada vai mexer um pouco com todo mundo, da alta gerência até o nível operacional, mas é a chave pra garantir que a organização possa continuar viva no mercado e principalmente dentro da casa e da mente das pessoas.