07/03/2022
Esta é a quarta publicação da série especial do Vibee sobre o Dia Internacional das Mulheres 2022. Nas próximas semanas, veremos mais empreendedoras por aqui. Fique ligado!
O Female Founders Report, da Distrito, traz um dado que precisa ser abordado com bastante atenção neste 8 de março. Apesar do crescimento do ecossistema de startups e venture capital no Brasil, com recordes alcançados nos últimos anos, apenas 4,7% das startups brasileiras foram fundadas exclusivamente por mulheres e 5,1% por mulheres e homens. Ou seja, mais de 90% desses negócios possuem somente homens em seus quadros de fundação.
O protagonismo feminino, felizmente, tem crescido em muitas áreas, mas nos ecossistemas de inovação, vemos que o caminho é longo. Aqui no Vibee, muitas das nossas startups aceleradas tem mulheres como CEOs ou como integrantes, desempenhando papeis fundamentais no desenvolvimento de ideias e serviços inovadores na área da saúde.
Temos muito orgulho de contar com elas na construção da nossa colmeia, que cresce cada dia mais, com mais protagonismo e importância no cenário nacional.
Por isso, entendemos que este mês de março deve ser de reflexão, e convidamos elas, nossas empreendedoras, para compartilhar um pouco de suas histórias, trajetórias, desafios e aspirações para o futuro.
Bora conferir?
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BIO: Co-founder e CEO da SleepUp. Engenheira, PhD em tecnologias vestíveis para a saúde, com mais de 15 anos de experiência com inovação disruptiva. Morou 6 anos fora do brasil, onde realizou seu MBA em inovação e empreendedorismo e idealizou a SleepUp.
Eu sempre tive um mindset empreendedor e sempre procurei inovar e mudar o status quo das empresas que passei, sempre pensando fora da caixa e tentando resolver problemas reais das pessoas. Sempre fui apaixonada por inovação, empreendedorismo e tecnologia, e motivada pelo propósito de melhorar a qualidade de vida das pessoas e fazer diferença no mundo.
Após nascer minha filha e eu terminar meu MBA global, decidi que não queria mais continuar no mundo corporativo, que seguiria meu coração e instinto, pedi demissão e no dia seguinte comecei minha jornada empreendedora.
Os principais desafios das mulheres no empreendedorismo é conciliar família, maternidade e empresa, e o fato de que temos que provar mais para obter credibilidade e reconhecimento do mercado, e principalmente de investidores.
As mulheres são fundamentais no processo de inovação, trazem diversidade, empatia, criatividade, diferentes pontos de vista, e com certeza farão cada vez mais parte do ecossistema de inovação. E estão também se capacitando em tecnologia cada vez mais, para estarem cada vez mais preparadas!
Minhas dicas para outras empreendedoras são: Confie em si própria, e na sua capacidade de execução. Ouça feedback, mas não deixe as pessoas te diminuírem ou desmotivarem.
Seja você mesmo, não tente ser algo que você não é para agradar os outros.
Participe de eventos, faça network, se associe a entidades da área, a outras mulheres e ao ecossistema de empreendedorismo. Isso lhe trará suporte, aprendizado e aumentará sua confiança.
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BIO: Fabiana Almeida, founder e CEO da TechBalance, fisioterapeuta especialista em traumatologia e ortopedia, histórico na assistência ortopédica em lesões, em gestão administrativa e financeira de saúde e negócios. Criou a tecnologia e a empresa Techbalance, desenvolve o negócio com a ajuda de pessoas incríveis.
Trabalhei com idosos toda minha vida, como fisioterapeuta, na gestão de serviços médicos particulares e também na saúde pública. Sou fisioterapeuta especialista em traumatologia e ortopedia e minha prática sempre foi associada a tratar dores, lesões e pós-cirúrgico, muitos casos de traumas por quedas. Junto a esse fato, minha família sempre foi de negócios, e a família do meu marido, de TI.
Quando a TechBalance surgiu, eu buscava uma nova aplicação para minha prática profissional, e desejava explorar minhas habilidades com a parte científica, motivo pelo qual me apliquei a um mestrado. O desdobramento foi super interessante, eu não entrei no mestrado e abri uma empresa com o projeto científico já bem encaminhado, com patente e validações, já com foco em desenvolver o produto dentro do mercado.
Nosso primeiro estudo clínico foi em parceria com a Amil, HC, UFRJ e o projeto já encaminhou desde o início para essa interseção entre as áreas de negócios, ciência e tecnologia, pelo oque sou apaixonada. Depois, os novos desafios como desenvolvimento de equipe, mercado e captação de recursos trouxeram a dinâmica de trabalho que eu buscava, e estou mergulhada nisso há 3 anos e meio, muito feliz com nossos clientes e parceiros.
Nunca tinha verdadeiramente olhado este fato da diferenciação entre homens e mulheres na gestão e não dei importância até sentir na pele. No entanto, alguns desdobramentos ocorrem, como maior dificuldade para captação de recurso e a confusão dos papéis no momento das negociações, que implica em depreciar ou exigir muitas garantias, previsões, e histórico de sucesso comprovado, para assumir o mesmo risco e mesmas condições assumidas por negócios liderados por homens, em condições muito mais flexíveis de negociação.
Na prática, eu costumo brincar que quando o assunto é dinheiro, seja no universo dos investimentos ou do pagamento dos serviços, se existisse uma nota de corte, a nota de corte para homens seria 7 e para mulheres 10. Isso não é uma impressão minha, está explícito em todos materiais que falam sobre as disparidades entre homens e mulheres em cargos de gestão, participação percentual de capital investido em startups lideradas por mulheres ou mesmo a equidade de salários para as mesmas funções.
Nesse link tem um dado muito impactante sobre a pandemia e as startups de mulheres.
Eu enxergo com excelentes olhos. As mulheres são criativas, ágeis, possuem flexibilidade para lidar com multi tarefas e desafios e costumam apresentar excelentes resultados de resiliência e eficiência. O mercado de inovação carece de um posicionamento pós-pandemia, nesse momento econômico, social e sanitário críticos, com tantas dificuldades em tantas frentes, desde muitas oportunidades no campo das soluções de saúde necessárias, como também, para um novo posicionamento sobre o modelo de retorno dos negócios de inovação.
Neste contexto, eu acredito que as mulheres irão contribuir fortemente, pois além de todas as experiências e habilidades técnicas que elas possuem, a capacidade analítica, sensibilidade para as soft skills, no desenvolvimento de equipe, cultura e relacionamento, a eficiência em resultados, podem se tornar diferenciais que irão somar para o futuro dos negócios de inovação.
Foco em resultado. Definir sempre os objetivos, testar os objetivos com quem paga a conta, o cliente, e ciclar rapidamente para novas oportunidades, sempre visando os resultados. Não se distrair com tantas oportunidades e fazer uma gestão ágil sobre quais pautas aplicar.
Investir muito no propósito e no aprendizado contínuo (Na minha opinião um empreendedor é um curioso por natureza, ele busca saber, ele buscar participar, ele busca entender).
E investir ainda mais nas pessoas e na cultura, que no final do dia, são os pontos que fazem a jornada valer a pena e nos fazem resistir às dificuldades.
Categoria: DIVULGAÇÃO
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