21/03/2022
Por Rafael Zanatta, Head do Vibee.
Os últimos anos testemunharam uma mudança radical na forma de empreender do brasileiro. Novas empresas baseadas no modelo tradicional continuam a ser criadas, mas o que realmente tem fascinado os empreendedores é a possibilidade de criar negócios inovadores e que possam mudar completamente os mercados.
É sob essa perspectiva que empreendedores com habilidades complementares se juntam para criar novos produtos ou serviços. O foco principal dessas empresas é a utilização da tecnologia para que a solução criada não fique restrita a determinada região e as receitas possam aumentar de forma exponencial, uma vez que os custos não crescem proporcionalmente à medida que as vendas aumentam. Além disso, o ambiente no qual essas empresas são criadas é repleto de incertezas porque o desafio é realmente mudar a forma como determinado produto ou serviço é consumido, e isso muitas vezes exige a mudança de hábitos e costumes que estão enraizados por décadas no mercado.
Quem é do meio já percebeu de quem estamos falando, mas se você é novo por aqui saiba que estamos falando das famosas startups.
As startups realmente caíram nas graças dos empreendedores, investidores e principalmente consumidores. Para os dois primeiros grupos é a possibilidade de fazer parte da criação de algo novo e obter bons retornos pelo trabalho e capital investido, enquanto para os consumidores é a oportunidade de poder acessar um serviço que resolva situações que as empresas existentes não conseguiam ou simplesmente não se davam conta.
No entanto, abrir uma empresa que trabalha com tecnologia não significa que você está criando uma startup. Isso está relacionado a alguns fatores que eu já mencionei anteriormente, tais como a grande quantidade de clientes que a startup se propõe a atingir a partir de um crescimento muito agressivo baseado em hipóteses que não estão completamente validadas.
Para você ter uma ideia, nos últimos 10 anos o número de startups que nasceram no Brasil aumentou em 20 vezes, chegando a um total de 12.700 (Fonte AB Startups). Isso tudo sem contar as milhares de iniciativas que provavelmente nem chegam a ser mapeadas. Ou seja, não há dúvidas que as startups começam a desempenhar um papel importante na economia do país, impulsionando o surgimento de novas tecnologias made in Brazil e gerando milhares de empregos.
E o mais importante nesse processo todo é que as startups estão focadas em resolver velhos problemas de uma forma completamente diferente das empresas tradicionais. Enquanto as empresas já posicionadas no mercado enfrentam dificuldades de fazer mudanças, as startups têm na agilidade sua maior força, buscando a todo custo entender quais são as principais dores que os clientes não conseguem resolver com os produtos atuais para criar algo inovador capaz de solucionar esse problema.
E aqui reside outro ponto que as startups se diferenciam das empresas tradicionais: o foco total no cliente. As startups são obcecadas por entender a jornada do cliente para que elas possam transformar experiências ruins em experiências memoráveis. No fundo as startups querem propor algo tão incrível para o cliente que ele não tenha motivo algum para sequer cogitar outro produto 😊.
Vários setores vêm sendo impactados positivamente com o surgimento de novas startups e é visível a evolução que tivemos como consumidores por conta desse movimento. Na área da saúde a sensação que se tem é de que “acordamos um gigante”, uma vez que a pandemia escancarou o quanto esse setor ainda é fragmentado e o quanto temos para evoluir se quisermos ser realmente eficientes ao entregar uma experiência completa ao usuário. Inúmeras lideranças se deram conta de que é necessário trazer a tecnologia para o dia a dia da gestão em saúde se quiserem alcançar resultados mais contundentes e serem capazes de enfrentar a complexidade que o tema exige.
Nesse aspecto vale destacar as 36 startups que já passaram pelo Programa de Aceleração do Vibee Unimed.
Por mais que elas estejam em diferentes estágios de maturidade, todas elas apresentam uma proposta genuína de levar o cuidado para as pessoas em um formato superior ao que se vê no mercado. Além disso, buscam alicerçar essas novas soluções com base na tecnologia, o que possibilita que sejam escaláveis e possam atingir uma infinidade de pessoas que não se restringem a determinada região geográfica.
Talvez ainda leve algum tempo para celebrarmos o surgimento do primeiro Unicórnio da área da saúde, mas o que se vê até aqui é um potencial empreendedor incrível e que vai fazer a diferença na vida das pessoas independente do valuation aferido. O que se percebe é que a apaixonante jornada de empreender na saúde tem cativado cada vez mais pessoas e daqui a 10 anos veremos um cenário completamente diferente do que vemos hoje, com soluções cada vez mais voltadas para os pacientes e criando as bases para que uma saúde de qualidade seja um ativo disponível a todos.
Categoria: VIBEE UNIMED
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