07/06/2023
A transformação digital já é uma realidade para diversos setores. Na área de saúde, ela pode ser vista em operações conectadas e ágeis, que serão cada vez mais possíveis a partir da interoperabilidade de dados.
O termo refere-se à troca de informações entre sistemas de saúde. A comunicação é feita sem a intervenção humana, agilizando os processos e gerando importantes conhecimentos para as instituições envolvidas.
O conceito está se popularizando e tem ganhado relevância no setor. Quer saber mais sobre ele? Então, veja este conteúdo que preparamos para você:
Acompanhe!
A interoperabilidade de dados é a capacidade de dois sistemas trocarem informações entre si. Ambas as partes se conhecem, sabendo o que está sendo enviado e o que está sendo recebido. A operação acontece sem a necessidade do input de um operador.
No Brasil, ela é regulamentada pela Portaria 2.073, criada pelo Ministério da Saúde. O texto determina padrões e normas para a interoperabilidade de dados na saúde tanto no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), quanto para os sistemas privados e do setor de saúde suplementar.
No Departamento de Informática do SUS (DATASUS), é possível conferir ainda serviços e termos de concessão relacionados à operação.
A adoção de novas tecnologias é algo desafiador; entretanto, a ação pode beneficiar consideravelmente as prestadoras de serviço e, é claro, os pacientes.
A seguir, conversamos sobre desafios e benefícios da interoperabilidade na saúde:
Um dos principais pontos a ser enfrentado em relação à tecnologia é o investimento necessário para a sua implantação e uso.
Trata-se de um valor que será aplicado para retornos de médio a longo prazo, como explica Luis Colombo, líder do Programa Nacional de Interoperabilidade e Inteligência de Dados na Unimed Brasil.
Luis afirma que os benefícios da interoperabilidade na saúde surgem em um, dois ou três anos. Mas, para vê-los, é preciso “começar agora”.
O retorno se dá, em muitos casos, na forma de informações únicas sobre o paciente — que poderão ser trabalhadas de forma estratégica pela instituição.
Depois que as empresas de saúde conseguem investir na interoperabilidade, aparece outro desafio: convencer os players do mercado a realizarem a troca de dados.
Jihan Zoghbi, CEO e fundadora da Dr.TIS, plataforma de telemedicina, afirma que é necessário reunir o esforço de três pilares: as duas empresas de software que vão se integrar e a instituição de saúde.
A CEO aponta que a instituição precisa compreender que ela não é detentora dos dados e, sim, o paciente: “Ela tem que entender que quem é dono do dado é o paciente, não é nenhuma empresa ou hospital. O beneficiário é o paciente”.
Além disso, muitas empresas podem se sentir receosas em compartilhar as informações de que dispõem. Por isso, é preciso apresentar a elas os reais benefícios da interoperabilidade a fim de convencê-las.
Existe um “legado digital” na área de saúde que pode ser considerado muito complexo. Isso acontece porque cada sistema tem a sua característica e funciona de um jeito diferente.
Dessa forma, é preciso simplificar os softwares para que eles consigam “conversar” entre si. A adoção dos padrões e normas, como os apresentados pelo Ministério da Saúde, pode ajudar neste quesito.
A Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD) trata sobre a coleta, tratamento, uso e armazenamento de dados sensíveis das pessoas. Ela deve ser aplicada em qualquer ambiente digital, independentemente se é da área da saúde ou não.
Portanto, empresas que adotam a interoperabilidade precisam se adequar à legislação e utilizar as informações de que dispõem segundo as regras.
Instituições da área de saúde podem estar defasadas quando o assunto é recurso tecnológico. Por isso, é importante modernizar as estruturas de empresas e de prestadores de serviço para implementar a interoperabilidade.
Dados trabalhados podem gerar informações muito úteis para a instituição de saúde. Com base nisso, é possível tomar decisões mais acertadas e que geram economia real para a empresa.
Pense que um paciente é atendido por uma unidade de saúde, mas não tem acesso a seu histórico de exames. Com a interoperabilidade de dados, as informações poderão ser consultadas rapidamente e novos exames serão solicitados apenas quando forem necessários.
Ainda que seja uma ação simples, ela pode reduzir desperdícios e economizar recursos financeiros importantes à instituição.
Os dados colaboram para as empresas conhecerem com mais profundidade o seu público. Logo, é possível ter bom embasamento para pensar novas estratégias de medicina preventiva que realmente façam sentido para o perfil dos pacientes.
Luis afirma que a prevenção custa cerca de 30% do valor que a instituição teria que gastar caso a doença do paciente se agravasse. Dessa forma, a ação também contribui para a economia do sistema de saúde.
As informações geradas pela interoperabilidade de dados possibilitam que gestores tomem medidas mais acertadas e, assim, direcionem precisamente recursos e investimentos. Como resultado, mais pessoas são beneficiadas com os serviços certos para as suas demandas.
As startups da área de saúde são importantes na “evangelização” da interoperabilidade de dados. Afinal, essas empresas são, em sua essência, inovadoras e formadas por pessoas abertas ao desenvolvimento tecnológico.
Vale destacar, entretanto, que a complexidade e alta regulação do setor podem ser entraves ao espírito de inovação das Health Techs.
Mas, com os devidos ajustes, é possível gerar grandes avanços no sistema de saúde com a reunião da interoperabilidade de dados e as startups.
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