Como o inverno das startups está impactando as health techs

24/08/2023

Será que secaram as fontes mais valiosas de captação das health techs? Essa é uma pergunta que vem assombrando empreendedores do país nesse atual momento, conhecido como “inverno das startups”. 

As rodadas de investimento tiveram queda em volume, além de estarem mais exigentes e demoradas, levando preocupação e assustando os sócios que buscam financiamento para os seus negócios.

Mas, assim como todas as estações têm um determinado período para começar e terminar, a expectativa é que essa fase passe logo e mais recursos voltem a irrigar as empresas do setor de saúde.

O que é o inverno das startups?

O inverno das startups refere-se à desaceleração das rodadas de investimentos para essas empresas. De acordo com dados da consultoria Sling Hub, as aplicações no setor em 2022 totalizaram cerca de R$ 26,5 bilhões, representando uma redução de 50% em relação a 2021. 

Na América Latina, a retração foi de 35%, com os aportes caindo de US$18,4 bilhões de dólares para US$12 bilhões. Além disso, houve uma onda de demissões em massa em muitas startups, incluindo unicórnios como Quinto Andar e 99.

Depois de períodos de muitos aportes, como em 2017 e durante a pandemia do covid-19, as startups brasileiras se vêem diante de um cenário em que a captação de recursos ficou mais difícil e complexa. 

Como esse momento afeta as health techs brasileiras?

A redução nas rodadas de investimento gera impactos significativos para startups que buscam financiamento. Entretanto, é preciso ter um novo olhar sobre o momento a fim de identificar cenários otimistas que estão surgindo em decorrência desse momento. 

Especialmente para as health techs, a fase gerou:

  • Atração de talentos e empreendedores experientes: profissionais de outros setores estão apresentando interesse no campo da saúde. Assim, mais pessoas capacitadas e com experiência em desenvolvimento de negócios estão focadas em soluções para a área. Como resultado, há o fortalecimento das health techs.
  • Mais maturidade e estruturação das empresas: com a baixa nos investimentos, o segmento têm passado por um processo de aprimoramento dos seus modelos de negócios, testando e validando as soluções de forma mais sólida. Então, há mais startups bem preparadas para enfrentar os desafios do mercado de saúde e atrair investimentos.
  • Abertura para parcerias: por fim, o setor de health techs está cada vez mais aberto para parcerias entre as empresas e outros agentes. Essa colaboração entre diferentes atores fortalece o ecossistema, promovendo a troca de conhecimentos e recursos. 

Então, apesar dos desafios trazidos pelo inverno das startups, é importante destacar que a área de saúde continua a ser atrativa e promissora para empreendedores. 

O atual momento representa uma fase de transição e de consolidação, na qual as health techs estão se fortalecendo e buscando soluções inovadoras para atender às demandas do mercado. 

Com a entrada de talentos qualificados, a maturidade das empresas e a abertura para parcerias, há um potencial significativo para o crescimento e o sucesso dos empreendimentos brasileiros.

Como as startups de saúde podem lidar com essa fase?

Durante o Meetup Vibee Unimed + ABSS, Renato dos Santos, Partner da Aggir Ventures, indica três comportamentos para lidar com o inverno das startups: prudência, paciência e transparência

Prudência

Primeiramente, ser prudente refere-se a ter cautela e cuidado nas tomadas de decisões financeiras e estratégicas. Durante essa fase, levantar fundos pode se tornar mais desafiador, e os investidores estão mais criteriosos e seletivos. 

Nesse sentido, as health techs precisam usar a prudência para avaliar suas necessidades de capital, buscar alternativas de financiamento e gerir suas finanças de forma inteligente. 

É importante evitar ficar pressionado e angustiado em levantar uma nova rodada de aportes às pressas, buscando alternativas sustentáveis e planejando estrategicamente o crescimento da empresa.

Paciência

Manter-se paciente é fundamental nesse cenário, uma vez que a jornada das startups de saúde para alcançar o sucesso é geralmente mais moderada e gradual. 

Devido à natureza complexa e regulamentada do mercado, é preciso ter tempo para construir um modelo de negócio sólido, realizar estudos científicos, obter aprovações regulatórias e comprovar a eficácia das soluções. 

Portanto, ter paciência é essencial para enfrentar as etapas necessárias nesse setor e entender que os resultados e o retorno sobre o investimento podem demandar mais tempo do que em outros mercados.

Transparência

Por fim, ser transparente é um princípio-chave para as health techs, especialmente porque lidam diretamente com vidas e dados sensíveis. Então, é essencial manter a transparência com os investidores, fornecedores, parceiros e pacientes, de um modo geral. 

Isso implica em fornecer informações claras e honestas sobre o estágio atual da empresa, os desafios enfrentados, as estratégias adotadas e as perspectivas realistas de crescimento. 

Ao serem transparentes, as health techs constroem confiança e credibilidade no mercado, o que é fundamental para atrair investidores, estabelecer parcerias e conquistar a confiança dos usuários finais.

Quando o inverno das startups deve acabar?

Embora seja difícil prever com precisão o retorno das rodadas de investimento mais robustas no setor de saúde, há indícios de uma retomada gradual

A expectativa é que a partir do terceiro e quarto trimestre de 2023, dependendo das ações da economia americana e do cenário político macroeconômico brasileiro, possamos observar sinais de destravamento e aumento da liquidez no mercado.

Beatriz Testoni, Investment Manager da Yaya Capital, afirmou no Meetup Vibee Unimed + ABSS, “o capital e o apetite do investidor local e internacional ainda existem”. Para tanto, é preciso que as startups estejam preparadas para apresentar e comprovar a sua tese de negócio.

É importante ressaltar que esse retorno poderá ser não tão intenso como no passado recente. Os investimentos estarão provavelmente sujeitos a uma maior seletividade e rigor nas análises em diferentes contextos. 

Por isso, é crucial que você e sua empresa estejam devidamente preparados para esse novo momento que será participar de rodadas de captação de recursos.

E se você busca auxílio nesse processo fica aqui o convite para você conhecer o Programa de Aceleração do Vibee.

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Categoria: VIBEE UNIMED

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