30/09/2024
Sair do trabalho com carteira assinada (via CLT) e empreender em saúde é uma decisão complexa. Afinal, deixar um emprego estabelecido, com direitos trabalhistas e outros benefícios, é assumir um risco frente aos altos e baixos do empreendedorismo.
Por isso, entender as nuances dessa mudança é fundamental antes mesmo de deixar a cadeira de empregado para assumir a de founder de uma health tech.
Decidir a hora para essa mudança em sua carreira exige uma análise aprofundada de suas motivações e capacidade de lidar com riscos.
Observe que a transição não depende exclusivamente de uma oportunidade imediata, mas sim de uma convicção sobre o impacto que seu projeto pode gerar.
Dessa forma, verifique se, de fato, o seu propósito está alinhado com o setor da saúde e se você está preparado para o empreendedorismo.
Ao Vibee Podcast, Rafael Zanatta, Head no Hub de Inovação Vibee Unimed, ressalta essa diferença fundamental entre CLT e o empreendedorismo.
Zanatta afirma que, quando há um desalinhamento no emprego, é mais fácil se desassociar dele com o pedido de demissão. O empreendedor, contudo, tem uma relação mais complexa com seu negócio:
“(ele precisa estar) realmente alinhado com aquela solução, com a questão que está desenvolvendo, porque se não, não aguenta, né? Ficar cinco anos, sete anos, dez anos, desenvolvendo algo que não tem paixão e que não acredita que gera um impacto real na vida das pessoas é difícil”.
Uma dica para entender se há realmente conexão com o setor da saúde é conversar com profissionais experientes e, então, buscar aconselhamento para validar sua decisão.
Quem deseja deixar a CLT para empreender em saúde precisa compreender certos aspectos particulares de um negócio nesse setor. Afinal, criar uma health tech envolve enfrentar desafios únicos, mas também oferece recompensas.
O primeiro ponto de observação é a forte regulação. Negócios do setor precisam cumprir normas rigorosas, o que pode atrasar o desenvolvimento de soluções e aumentar custos iniciais.
Outro desafio comum é a validação clínica. Provar a eficácia de uma tecnologia na saúde demanda tempo, testes e aprovação de órgãos reguladores.
Por outro lado, as recompensas podem ser atrativas. O setor está em constante crescimento e inovação. Startups que conseguem superar as barreiras regulatórias podem melhorar a qualidade do atendimento, otimizar processos e facilitar o acesso a cuidados.
Além disso, a satisfação pessoal em criar algo que impacta diretamente a vida das pessoas é um ponto particularmente importante para quem empreende com propósito.
Para mudar da CLT para o empreendedorismo em saúde, é essencial fazer um planejamento cuidadoso.
Comece buscando uma base financeira. Antes de sair do emprego, tenha uma reserva que cubra suas despesas pessoais e os custos iniciais da startup. Esse provisionamento é importante para reduzir a pressão durante os primeiros meses de operação.
Além disso, valide a ideia. Identifique o problema que deseja resolver e busque feedback de profissionais e potenciais clientes. Fazer pesquisas de mercado e entender a demanda pela solução ajuda a evitar erros no início.
Ademais, invista no desenvolvimento de novas habilidades. O empreendedorismo requer conhecimentos em áreas como captação de recursos, marketing e gestão. Nesse caso, vale a pena buscar capacitação específica para negócios na saúde.
Por fim, amplie sua rede de contatos. Estar conectado com hubs de inovação e outros founders permite acessar investidores e pessoas do ramo, que podem oferecer suporte e parcerias estratégicas.
Então, assegure-se de fazer um plano bem estruturado para tornar a transição de CLT para startup mais segura e positiva para você.
Os anos trabalhados em outras empresas e projetos podem ser bastante úteis para a criação do negócio em saúde.
Ainda que a experiência não seja necessariamente em negócios ou saúde, a expertise é capaz de agregar à startup nascente. Gestão de projetos, liderança de equipes e resolução de problemas são exemplos de skills que ajudam a estruturar a health tech e lidar com processos operacionais.
Trabalhar em outras corporações também proporciona uma visão clara dos desafios que essas organizações enfrentam. Logo, a bagagem acumulada possibilita identificar lacunas e criar soluções inovadoras.
Além disso, use o networking construído durante a carreira na CLT para formar parcerias, atrair mentores ou investidores. Pessoas que passaram pela sua vida podem contribuir também nesse novo momento.
Por fim, a experiência corporativa traz resiliência e uma compreensão prática sobre planejamento e gestão de riscos. Essas competências facilitam a tomada de decisão nos primeiros passos do empreendedorismo.
No 17º episódio do Vibee Podcast, Ivan Junckes Filho compartilhou a sua jornada inspiradora de transição bem-sucedida da CLT para o empreendedorismo na saúde.
Com mais de 15 anos de experiência em tecnologia e uma sólida carreira em grandes empresas, como IBM e Unimed, ele sempre teve o desejo de empreender. Mesmo em uma posição confortável e com uma boa remuneração, Ivan decidiu arriscar e seguir sua paixão por criar algo com propósito.
Após refletir sobre suas habilidades e conversar com amigos, ele identificou que sua vocação estava na interseção entre saúde, educação e tecnologia.
Foi então que ele fundou a NeuroSteps, startup focada em soluções para a gestão de indicadores assistenciais, especialmente no tratamento do TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Apesar dos desafios de começar do zero, sua experiência na CLT foi uma base importante para lidar com a gestão e os processos da startup.
Ivan aproveitou o ecossistema favorável em Florianópolis e a parceria com profissionais da área da saúde para empreender. Assim, ele criou uma empresa que hoje impacta positivamente famílias e profissionais do setor.
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