Capital próprio ou investimento externo: o que é mais atrativo e seguro para as startups?

30/10/2024

Desde o início da startup — e passando por toda a sua trajetória —, uma dúvida é  bastante comum a boa parte dos founders: colocar capital próprio ou buscar investimento externo

Entender como cada modalidade funciona, além de suas vantagens e riscos, é imprescindível para tomar a decisão mais acertada. 

Capital próprio ou investimento externo? Principais perguntas e respostas

Antes mesmo de detalhar o assunto, é interessante reforçar os conceitos. O capital próprio, como o nome sugere, é aquele aplicado pelos fundadores ou é composto pelo lucro da empresa. 

Já o investimento externo envolve captar recursos de investidores, como fundos de venture capital ou investidores-anjo, que compram uma participação do negócio. 

A seguir, você confere as respostas às principais dúvidas sobre o tema!

Como as modalidades impactam no controle da startup?

O poder sobre a organização é um dos pontos de destaque em relação à fonte do investimento. 

Quando a empresa usa recursos próprios, os founders mantêm total controle sobre as decisões e os rumos do negócio. Assim, eles têm liberdade para experimentar novas estratégias, testar mercados ou reformular produtos, por exemplo.

Além disso, a falta de pressão externa também reduz a necessidade de justificar decisões para acionistas ou investidores. Contudo, a possível perda do valor investido pelos sócios é um risco com potencial de pressioná-los.

No caso do investimento externo, a autonomia dos fundadores fica limitada. Isso acontece porque, com os aportes, a startup passa a responder às expectativas e exigências de quem investiu no negócio. 

A presença de investidores geralmente tem como exigência a inclusão dessas pessoas na gestão da empresa ou, ainda, a sua influência em decisões estratégicas. 

Inclusive, o contrato mútuo conversível é um mecanismo comumente usado nessas negociações. O documento define que o valor tomado pode ser devolvido ao credor sob a forma de participação societária.

Além disso, muitas vezes os investidores buscam retornos rápidos e têm prazos definidos em relação às suas metas. Essa definição externa pressiona os fundadores a alcançar metas ambiciosas e, por vezes, a ajustar o direcionamento da empresa em função disso.

Como funciona a diluição da participação?

Fortemente ligada ao controle, a participação dos sócios nos processos decisórios é impactada pela modalidade de investimento. 

No uso de capital próprio, os empresários mantêm integralmente sua participação, sem a necessidade de dividir cotas. Assim, o controle sobre o negócio permanece, e as decisões estratégicas ficam exclusivamente nas mãos dos fundadores.

O modelo evita a diluição, mas limita a capacidade de expansão rápida, uma vez que o crescimento depende dos recursos internos. E o volume geralmente limitado do capital nem sempre atende às demandas de escala e competitividade do mercado.

Já com o investimento externo, a diluição é praticamente inevitável; afinal, o dinheiro aplicado por investidores vem atrelado à emissão de novas ações ou cotas. Dessa forma, cada rodada de captação reduz a participação dos founders, e os novos investidores se tornam co-proprietários da startup. 

A diluição traz a vantagem de acelerar o crescimento, oferecendo mais recursos para o desenvolvimento e a presença no mercado. Mas, à medida que a empresa avança em novas rodadas, os sócios reduzem controle sobre o negócio — e a elaboração de uma estratégia de exit é indicada.

Vantagens e riscos do capital próprio e do investimento externo?

Ao decidir entre a fonte dos recursos, é preciso considerar como cada opção afeta a autonomia, o ritmo de crescimento e o controle estratégico. 

Ambas as escolhas apresentam vantagens e riscos que podem impactar significativamente o futuro do negócio. Por isso, é importante conhecê-las para tomar a sua decisão; veja:

fonte do recursovantagensriscos
capital própriocontrole total sobre decisõesflexibilidade para estratégiasindependência de exigências externaspossível crescimento limitadopossibilidade de desgaste financeiro pessoal
investimento externoacesso à capital para expansãosuporte e experiência de investidorespossibilidade de acelerar a escalapressão por resultados rápidos risco de diluição e perda de controle

Qual é mais seguro?

Como vimos, quando os founders aplicam seu próprio dinheiro na startup, eles mantêm controle e autonomia nas decisões. Esse caminho é mais seguro para negócios que buscam crescer gradualmente, mas pressiona as finanças pessoais dos sócios.

No cenário de investimento externo, a organização obtém recursos financeiros para crescer rapidamente. Em contrapartida, os aportes exigem a divisão de controle e metas agressivas —o que aumenta os riscos e a pressão por resultados. 

Como o planejamento financeiro e estratégico se diferencia?

A elaboração de um plano financeiro e das estratégias da startup também muda em função do modelo de investimento escolhido.

No capital próprio, o foco tende a ficar na gestão conservadora de recursos, visando crescimento sustentável e controle de despesas. A ideia é reinvestir o lucro e manter uma estrutura de custos enxuta, com flexibilidade para ajustar o ritmo de expansão conforme o fluxo de caixa evolui.

Com o investimento externo, entretanto, o planejamento foca na alocação acelerada de capital para escalar operações rapidamente. Estratégias mais agressivas são implementadas a fim de alcançar metas específicas, muitas vezes estabelecidas pelos investidores. 

Capital próprio ou investimento externo: o que escolher?

Como vimos neste conteúdo, o capital próprio oferece controle total sobre a startup e a liberdade para tomar decisões sem pressões externas. Porém, o modelo limita o acesso ao dinheiro — o que pode dificultar a expansão e aumentar o risco de esgotamento de recursos pessoais.

Por outro lado, o investimento externo proporciona acesso rápido a capital e a expertise de investidores, acelerando o crescimento e a escalabilidade. Contudo, a opção implica em compartilhar o controle e a atender às expectativas dos investidores.

Não existe uma resposta única sobre o uso de capital próprio ou de investimento externo. O ideal é que os fundadores analisem as vantagens e riscos de cada modalidade, alinhando-os com os objetivos do negócio. Assim, será mais fácil decidir entre eles, está bem?

Agora, continue a sua descoberta com o Vibee. Entenda os diferentes estágios de fundraising!  

Categoria: VIBEE UNIMED

Todos os direitos reservados à Unimed VTRP.