Desafios na gestão de produto em healthtechs: quais são e como enfrentá-los?

06/11/2024

O empreendedorismo é, por si só, desafiador, não é verdade? Se aventurar pelo universo das startups é um caminho repleto de obstáculos. Mas, as healthtechs têm desafios ainda mais específicos quando falamos sobre gestão de produtos.

O desenvolvimento de softwares, hardwares, serviços e outras soluções para o mercado de saúde é um trabalho cheio de particularidades. E entendê-las o ajudará a pensar em estratégias para lidar com essas situações.

1 – Barreiras regulatórias que reduzem a velocidade de lançamento

O primeiro aspecto desafiador das healthtechs é, sem dúvidas, a regulamentação do setor. Leis, regras e normas afetam fortemente o ritmo de lançamentos. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) supervisiona dispositivos médicos, software de saúde e tecnologias afins no Brasil

Para o registro de produtos, a Anvisa exige a avaliação e aprovação antes do lançamento, com processos que incluem análise de segurança, eficácia e conformidade técnica. Isso pode levar meses ou até mesmo anos, dependendo da complexidade da solução.

Além da Anvisa, healthtechs devem se alinhar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Ela define critérios sobre coleta, tratamento e compartilhamento de informações sensíveis dos usuários.

Regulamentações como as da Anvisa e LGPD são necessárias para garantir a segurança de quem utiliza o produto ou serviço. Contudo, elas desafiam startups a equilibrar a sua capacidade de desenvolvimento e conformidade. 

Para enfrentar essas barreiras, a parceria com especialistas em Direito e negócios, além da participação de programas de aceleração (como os do Vibee), são alternativas interessantes. 

2 – Desenvolvimento de produtos que atendam ao mercado exigente 

Aliar inovação e conformidade na área da saúde é mais um desafio comum enfrentado pelas healthtechs em relação à gestão de produtos.  

Vimos que atender aos requisitos da Anvisa e da LGPD, entre outras, implica em projetar com controle rigoroso. A conformidade das criações pressiona o ciclo de vida do desenvolvimento, uma vez que exige recursos técnicos específicos e tempo.

Ao mesmo tempo, a inovação é essencial para uma startup se destacar. Soluções que “apenas” atendem às normas podem se tornar obsoletas rapidamente. Portanto, manter-se inovadora é uma característica importante para as healthtechs.

Dessa forma, criar produtos disruptivos e conformes não é uma tarefa fácil. Mas, essa prática é fundamental — especialmente, em ecossistemas tão competitivos e voláteis como o de tecnologia e saúde.

Para enfrentar esse desafio, as empresas precisam adotar uma cultura de flexibilidade e adaptabilidade, permitindo ajustes ágeis sem comprometer o rigor técnico e regulatório necessário.

3 – Encontrar o time ideal

Segundo ICRH – Índice de Confiança Robert Half® 29ª Edição, 80,6% dos contratantes acreditam que contratar profissionais com qualificação hoje está difícil ou muito difícil.

Esses dados são referentes ao mercado no geral. Agora, pense na dificuldade relacionada a um segmento tão complexo quanto o das healthtechs!

Por isso, outro grande desafio para as startups de saúde está na formação de uma equipe multidisciplinar com as capacitações necessárias

Encontrar profissionais qualificados e com experiência é uma tarefa pra lá de trabalhosa. Engenheiros, desenvolvedores de software, especialistas em compliance e designers, entre outros, precisam ter competências técnicas específicas para o segmento.

A formação de um body shop de tecnologia (equipes terceirizadas) e treinamentos específicos são opções que podem auxiliar na formação de um time de qualidade.

4 – Soluções personalizadas frente à escalabilidade

Em gestão de produtos, startups enfrentam o dilema entre desenvolver soluções customizadas para os clientes e garantir a sua escalabilidade. 

A personalização é uma demanda cada vez mais frequente para atender clínicas, hospitais ou redes. Entretanto, a prática pode limitar o crescimento da empresa, pois adaptar o produto a diferentes cenários e necessidades consome tempo e recursos.

A escalabilidade, por outro lado, permite atender a um número maior de usuários e instituições. No entanto, esse nível de flexibilidade no mercado de saúde é particularmente desafiador devido às regulamentações e às diversas necessidades de cada especialidade médica.

Por exemplo: um software para gestão de dados precisa estar em conformidade com a LGPD e seguir normas de segurança de dados rígidas. Adaptar essas exigências em grande escala exige uma arquitetura robusta, capaz de responder a regras diferentes e se manter eficiente.

Uma solução que pode ser útil para algumas startups diante desse desafio de equilibrar personalização e escalabilidade é o modelo modular. Ele possibilita que cada cliente escolha os módulos que atendem às suas necessidades. Isso mantém o produto adaptável, mas ainda escalável.

5 – Sensibilidade dos dados de saúde

Por fim, é imprescindível ressaltar a complexidade relacionada aos dados na área. A exposição de informações pessoais e condições de saúde podem causar graves prejuízos ao paciente e comprometer a credibilidade do negócio. 

Nesse sentido, a LGPD impõe a responsabilidade às empresas de proteger e gerenciar dados com máxima transparência e segurança. Isso inclui garantir o consentimento explícito dos pacientes, adotar medidas técnicas de proteção e manter registros detalhados, entre outras.

Diante de exigências como essas, os times de produto e tecnologia devem implementar sistemas de segurança robustos, controle de acesso rigoroso e mecanismos de criptografia e demais medidas. 

Cada atualização ou nova funcionalidade deve ser projetada pensando na proteção de dados — o que pode desacelerar o ciclo de inovação e exigir equipes com capacitação específica.

Esses requisitos aumentam a complexidade da gestão e criam a necessidade de monitoramento contínuo para garantir a conformidade com a LGPD.  

Logo, a sensibilidade dos dados deve ser enfrentada com atualizações constantes por parte das startups, além de uma equipe altamente capacitada.

Como vimos, as healthtechs enfrentam desafios particulares na gestão de produto — como barreiras regulatórias, formação do time ideal e o dilema entre personalização e escalabilidade.

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