26/07/2023
O mundo tem passado por inúmeras transformações. A tecnologia e fatores extremos (como a pandemia do covid-19) estão alterando a maneira como vivemos, nos relacionamos e como fazemos negócios. Nesse contexto, o futuro da saúde é ainda mais incerto!
Empreendedores que atuam com healthtechs estão diante de um cenário de rodadas de investimento menos robustas no país, o chamado inverno das startups, e frente a mudanças profundas no setor.
Então, qual será o futuro da saúde?
Novas tecnologias e mudanças aparecem com frequência nos jornais e em publicações especializadas. O avanço no setor de saúde tem sido intenso, com mudanças impactantes tanto para profissionais da área, quanto para os pacientes.
Abaixo, selecionamos as tendências tecnológicas mais relevantes do setor, além da revolução na experiência do usuário:
Tecnologias vestíveis (wearables) estão transformando a maneira como os pacientes acompanham sua própria saúde. Os dispositivos, como relógios e monitores portáteis, coletam dados em tempo real, fornecendo informações para o autocuidado e monitoramento remoto.
Já a análise de grandes volumes de dados, ou big data, colabora para a identificação de padrões, tendências e insights clínicos em pacientes individuais ou em grupos. Como resultado, os diagnósticos são ágeis e precisos, possibilitando tratamentos personalizados.
A inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina (machine learning) podem ser aplicados em análise de imagens médicas, diagnóstico de doenças, identificação de padrões clínicos, descoberta de medicamentos, entre outros usos. Tudo isso, com rapidez e precisão.
Portanto, tecnologias vestíveis, big data, IA e machine learning apresentam-se como recursos tecnológicos com grandes chances de integrarem o futuro da área da saúde.
Além de considerar tendências, é preciso observar a adoção de tecnologias para aprimorar a interação e o envolvimento dos pacientes com os serviços de saúde.
A digitalização da experiência do consumidor envolve diversos aspectos, tais como:
Um exemplo do processo de digitalizar o acesso a serviços médicos é a Receita Digital, solução de prescrição online. A empresa nasceu após a sua founder, Ihvi Maria Aidukaitis, precisar percorrer um longo deslocamento para comparecer às suas consultas.
Surgiu, então, a ideia de mudar o relacionamento entre médicos, pacientes e farmácias em um processo simples, prático e ágil. Para isso, receitas, atestados e pedidos de exames foram digitalizados e disponibilizados em um único lugar.
Nesse sentido, a transformação digital visa tornar os serviços de saúde mais convenientes, acessíveis e personalizados para os pacientes, possibilitando mais autonomia e engajamento no cuidado com a saúde.
Então, fica cada vez mais claro que o futuro da saúde esteja intrinsecamente relacionado à digitalização da experiência do usuário.
Do mesmo modo que as healthtechs encontram diversas oportunidades a sua frente, é preciso encarar aspectos desafiadores do setor.
Apesar dos avanços tecnológicos, muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades para obter acesso adequado a serviços de saúde e lidam com altos custos relacionados aos cuidados médicos.
Além disso, a falta de infraestrutura e de recursos em algumas áreas pode limitar o acesso a cuidados de qualidade. Portanto, é um desafio das healthtechs encontrar maneiras para democratizar as suas soluções em um mercado desigual.
No que diz respeito aos custos, o aumento dos gastos tem sido uma preocupação global. Os altos valores de medicamentos, procedimentos médicos e seguros de saúde podem ter um peso significativo para o orçamento das famílias.
Durante o podcast do Vibee, a founder Ihvi enfatiza que a evolução tecnológica reduziu custos de muitos procedimentos do setor, como o raio-x. Com os anos, as inovações geraram a diminuição dos gastos e do tempo para o desenvolvimento. No entanto, isso mudou:
“A tecnologia está sendo utilizada para desenvolver novos tratamentos e novos medicamentos, mas não necessariamente com aquela ideia de redução de custos que normalmente a tecnologia tem”.
Portanto, startups que atuam no setor precisam encarar esses desafios com soluções inovadoras, como a implementação de políticas de saúde mais abrangentes e o desenvolvimento de modelos de pagamento alternativos.
Além do acesso aos serviços, é preciso estar atento a questões de ética relacionadas à tecnologia aplicada à área de saúde.
Embora a IA ofereça oportunidades promissoras para melhorar o diagnóstico, o tratamento e a pesquisa médica, ela também levanta preocupações importantes sobre possíveis vieses absorvidos pela tecnologia.
Um dos principais desafios éticos é a privacidade e a segurança dos dados de saúde, já que a proteção das informações dos pacientes é crucial. Nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), por exemplo, deve ser considerada com atenção pelas startups.
Além disso, é preciso evitar vieses nos algoritmos de IA usados na saúde. Eles podem surgir devido a conjuntos de dados desequilibrados ou representados inadequadamente, levando a resultados imprecisos ou discriminatórios.
Ihvi cita casos em que as populações de mulheres e de pessoas negras são subdiagnosticadas em atendimentos mesmo sem o uso da tecnologia e que isso ocorre em função de preconceitos atrelados a esses grupos.
Dessa forma, é preciso entender como vencer esses vieses a fim de gerar resultados mais precisos e realistas na área usando tecnologias como a inteligência artificial.
O treinamento e ajuste dos modelos de IA e machine learning são maneiras para as empresas minimizarem perspectivas equivocadas e para garantirem a equidade no atendimento médico no futuro da saúde.
Então, se você tem uma startup ou pretende abrir um negócio na área de saúde, deve se preparar para o que está por vir.
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